23 de Outubro de 2019 | Visualizações (938) | 5 minutos de leitura

Conferência | Valorização do Produtor

A Conferência "Valorização do Produtor", debateu temas como o Estatuto da Agricultura Familiar, DLBC Rural – Financiamentos Disponíveis, Xylella Fastidiosa – A Ameaça Fitossanitária ou As Maçãs na Nossa Saúde. A iniciativa contou ainda com testemunhos de vários produtores de Maçã Camoesa.

A valorização do produtor e dos produtos locais estiveram em destaque no CAIES, em Santana.

 “Valorizar e promover os produtos da nossa freguesia e do nosso concelho, como a maçã camoesa, o pão caseiro ou a farinha torrada, e evidenciar ao mesmo tempo o próprio produtor, são os objetivos destas e de outras iniciativas” começou por dizer Maria Manuel Gomes, presidente da Junta de Freguesia do Castelo, na Conferência Valorização do Produtor, que se realizou no passado dia 21 de outubro, na Sala de Formação do CAIES. A autarca lembrou ainda o começo do registo das marcas e dos eventos associados à promoção destes produtos locais. “A Mostra de Maçã Camoesa, por exemplo, tinha lugar apenas durante uma manhã e os produtores deste fruto eram pouquíssimos. Hoje, a Mostra estende-se de sexta a domingo. A iniciativa ganhou outra dimensão e, felizmente, o interesse pela produção também conquistou novos produtores e isso é notório nesta sala, que está cheia de gente ligada à agricultura. Obrigada a todos pela presença”.

Na sessão de abertura estiveram também presentes o presidente da Câmara Municipal de Sesimbra, Francisco Jesus, e Manuel Meireles, delegado regional da Península de Setúbal da Direção Regional de Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo (DRAPLVT). Para o presidente da autarquia “esta ação enquadra-se numa estratégia de valorização do concelho de Sesimbra, desenvolvida há vários anos por este executivo municipal, e que no fundo visa divulgar o que é nosso, tradicional, de qualidade. Os aromas e sabores da nossa terra.”

O engenheiro da DRAPLVT, realçou o trabalho desenvolvido em Sesimbra. “Somos parceiros deste concelho há alguns anos e é, para nós, um prazer trabalhar aqui. A autarquia, em particular o Gabinete das Pescas e Ruralidades, a Junta de Freguesia do Castelo, na pessoa da Maria Manuel, porque encontro pessoas que trabalham efetivamente e as coisas só funcionam assim quando há um trabalho conjunto”.

No decorrer da conferência foram ainda anunciados os vencedores do concurso 100 Macieiras de Maçã Camoesa, uma ação promovida pela Associação de Desenvolvimento Regional da Península de Setúbal, ADREPES. O jovem agricultor Bruno Raimundo foi o grande vencedor e levou como prémio 50 macieiras. Em segundo ficou Luís Valadas, que recebeu 30 pés de macieira, e em terceiro, Raul Gaspar que levou 20 unidades. Promover e incentivar a produção e transformação de maçã camoesa, enquanto produto regional de qualidade e envolver os atuais e novos produtores, por forma a contribuir para a melhoria do rendimento da atividade agrícola foram os principais objetivos deste concurso.

A conferência abordou matérias de interesse para produtores e para a economia local. A primeira apresentação abordou os financiamentos disponíveis para a agricultura, e foi apresentada por Natália Henriques, da Associação de Desenvolvimento Rural da Península de Setúbal.

O Estatuto da Economia Familiar e as Ameaças Fitossanitárias foram as comunicações apresentadas por Manuel Meireles, delegado regional da Península de Setúbal da Direção Regional de Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo (DRAPLVT), que realçou a mais-valia do reconhecimento do estatuto da economia familiar, no acesso a vários apoios por parte dos produtores, assim como reconhecer as doenças nas árvores e saber como atuar ou a quem pedir ajuda. Já a nutricionista Lilian Abreu falou de algumas das principais propriedades da maçã camoesa e realçou os seus benefícios. Após a sua apresentação, a nutricionista, distribuiu maçãs pelos presentes para que pudessem saborear a textura e sabor da camoesa e a terminar deixou a mensagem: “uma maçã por dia nem sabe o bem que lhe faria”.

No final foram apresentados testemunhos de dois produtores desta maçã tradicional de Sesimbra e esclarecidas várias dúvidas e questões. José Polido, da Aldeia do Meco, produtor desde de sempre de maçã camoesa falou de uma herança deixada pelos avós e pais. “Tenho árvores quase centenárias e toda a vida tenho sido produtor, e não há maçã melhor que a nossa”.

Experiência diferente tem Fidelino Pereira. “Dedico-me agricultura há pouco tempo. Com a chegada da reforma decidi investir numa quinta, na Azoia, onde me dedico a uma arte e a um ofício ao qual muitos dos meus familiares se dedicavam - à arte de cuidar da terra”. Recorde-se que a sétima edição da Mostra de Maçã Camoesa, Doçaria e Pão decorreu no segundo fim-de-semana de outubro, na Moagem de Sampaio. O evento reuniu vários produtores de maçã camoesa, doçaria e pão, e foi preenchido com um vasto conjunto de iniciativas, entre as quais showcookings, provas, animação infantil, espetáculos musicais e uma exposição com centenas de maçãs elaboradas pelos alunos das escolas do concelho.

A Mostra da Maçã Camoesa, Doçaria e Pão foi organizada pela Câmara Municipal, Junta de Freguesia do Castelo e Direção Regional de Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo, em parceria com a Associação para o Desenvolvimento Regional da Península de Setúbal e o Orçamento Participativo Portugal.